Ultimamente tenho sentido minha vida em um ritmo que, por vezes, parece fugir totalmente do meu controle. Poucas são as oportunidades onde consigo organizar as idéias, e pesar todos os desejos e necessidades com as respectivas possibilidades e prioridades. O colapso final está mais perto do que o ‘estalo’ que fará com que tudo se resolva, por mais absurdo que afirmar isto pareça. Pudera, de tanto explorar meu lado polivalente, tudo começou a criar uma proporção incrivelmente grande. Admito, a bola de neve está crescendo, e forçá-la contra uma pedra para que perca volume é a alternativa mais próxima e a atitude mais racional a ser tomada. Por enquanto quero beber dessa tal insanidade, e desafiar tudo, mesmo que sem aquele afinco, só para ter o gosto de dizer no final que venci; tudo bem, fazendo retranca, abusando das faltas e achando um gol no contra-ataque, entretanto, quem disse que isso não é eficácia?
Analiso meu desempenho pessoal desde o começo do ano passado, e vejo que minha produção final está em uma curva descendente, considerando que estava querendo decolar. Só não sabia para onde, e esta falta de rumo me persegue até hoje, comprometendo muitas decisões fáceis de serem tomadas, e fazendo com que eu tenha atitudes deveras irresponsáveis. Aliás, hoje me considero uma pessoa melhor do que a 2 anos atrás, nas questões de relações humanas, principalmente, sinto que estou muito mais maleável às diversas possibilidades de personalidades que podemos encontrar pelo caminho; em contrapartida, tenho falhas monumentais em coisas que não costumava falhar, ou que não sabia que era capaz de falhar. Muitas vezes penso que isto é pela quantidade de compromissos simultâneos que resolvi assumir; contudo, não posso reclamar, porque isto tudo são frutos de decisões exclusivamente minhas, tomadas sem a influência de quem quer que seja.
Estou no meio do caminho em uma formação acadêmica, e ainda não tenho certeza se é isso o que realmente quero para minha vida. Inclusive estes últimos 3 ou 4 meses foram determinantes para a formação deste conceito. E por que só levei 5 semestres para descobrir ou pelo menos pensar nisto? Respondo, do alto do meu pedestal conservador, que estou conseguindo sobreviver bem assim, então, não há porque mudar. Muitas das coisas que adquiri, principalmente a melhora na questão pessoal, credito à formação que estou tendo. Só o fato de conviver com pessoas de nível intelectual mais elevado do que o das pessoas que normalmente convivia já vale por um curso inteiro na universidade. Certo professor diz que “não são as matérias de sala de aula que nos farão melhores ou piores profissionais, e sim a consciência de aproveitar a troca de experiências existente”. Tanto me espelho nesta afirmação, que neste semestre resolvi vilipendiar por completo a questão de sala de aula, e preferi degustar um pouco desse estilo de vida. Confesso os problemas em relação a questões avaliativas, mas não é a história das “altas notas em Processo Negocial” que tu irás contar para teus netos no futuro, certo?
Lendo coisas em outro blog que cultivava em tempos nem tão remotos assim, cheguei ao seguinte trecho de texto: “No meio deste pequeno turbilhão, fui procurar outra sarna para me coçar: decidi que teria que achar alguma ocupação para o entretempo em que eu saia do trabalho, até a hora em que ia a aula, e, por condicional, deveria ser algo útil. Então daí veio a brilhante idéia de iniciar um curso de Inglês, com certa pressa; já que 'a pressa é inimiga da perfeição', e ninguém pode fazer nada perfeito, a salvaguarda estaria garantida, acontecesse o que acontecesse.” Escrevi isto lá por meados de agosto do ano passado (o acontecido fora no final de maio do mesmo ano). Obviamente, um trecho ‘non-sense’, como a maioria dos meus escritos daquele tempo (e deste, por que não?), mas ilustrativo para a situação atual. Naquela época trabalhava até o meio da tarde, e fazia sentido esta afirmação. Por que trazer isto à tona no dias de hoje? Simples, é porque a pressa simplesmente não aconteceu. Outra coisa que a vida nos faz ter grandes surpresas, só no embalo do curso de Inglês, fiz coisas que até então, 18 anos de idade, e tal, nunca tinha feito antes. “Troca de experiências”, saca?
A questão profissional ainda me atucana um pouco, principalmente porque ela vem na esteira da questão acadêmica. Ando tendo sérios dilemas em relação as minhas intenções e objetivos. Engraçado e irônico para uma pessoa que sempre entrou “a morrer” neste tipo de atividade. Quer dizer, de certa forma estou “a morrer”, mas da forma mais indigna possível, que é o suicídio. Por essas e outras que afirmei lá no primeiro parágrafo, que ‘poucas são as oportunidades onde consigo organizar as idéias’, porque preciso ter um tempo para decidir o que eu realmente quero. Mas, já que falei em tempo, é preciso dar ele a ele, por mais paradoxal que pareça, uma vez que gosto de tudo para ontem. Enquanto isto, vou tomando o abafa neste desafio que a cada dia que passa parece uma final de Copa do Mundo. Que ganharei, só na defensiva, e com gol chorado.