sábado, 30 de outubro de 2010
[post V] Causas e Batalhas
Nesta noite aconteceu um fato raro... Resolvi parar em frente ao computador, e produzir qualquer coisa textual. Ultimamente venho abusando da ferramenta “Twitter”, a qual acaba deixando-me alheio aos textos mais elaborados, dentro da sua limitação das 140 letras, ou algo assim. O site de frases curtas não passa de uma justificativa, mas não é o assunto em pauta, apesar de que, penso que poderia fazer um texto bem legível sobre os usos do site do pássaro azul. Não, como os que me lêem devem saber (ou pelo menos deveriam), só escrevo quando preciso ‘desabafar’ algo e aí está. Nunca fui uma pessoa que teve grandes certezas ao longo de 20 anos de vida; na verdade, os pontos de interrogação são uma constante, e me acostumei bem com eles, a ponto de conseguir evoluir razoavelmente, mesmo com isto tudo. Se eu for olhar para trás, o que tinha e o que era, para o que tenho e o que sou, tudo mudou demais, e sempre que posso ressalto isto, mesmo que pareça, digamos assim, um desprezo à modéstia. Entretanto, algo me leva a pensar que uma pessoa com objetivos não pode ser tão maleável assim, necessitando de um mínimo de firmeza em suas convicções. Enfim, acabo me olhando no espelho, e me vendo como uma pessoa com atitudes bipolares, por mais bizarro que isto possa parecer. Exatamente porque até hoje a tarde não tinha a menor vontade de escrever sobre isto, ou porque até o semestre passado adorava o curso de Administração. Na semana passada participava de uma reunião na Universidade, e um professor dizia que “as pessoas não tem um norte, não tem algo pelo que lutar”. Senti esta frase como um soco na boca do estômago, aliás, um soco justo e merecido naquele momento. Paro para analisar minha situação, e percebo, com resignação, que não tenho causas pelas quais batalhar, ou, numa hipótese menos trágica, que tenho muitas causas, e acabo vilipendiando todas. Como a tragédia não é uma propriedade exclusiva dos gênios da literatura, me aproprio dela, e assumo a primeira alternativa posta anteriormente. Por algum motivo obscuro, gasto todas minhas energias e capacidades batalhando por uma causa que não me dá nenhum prazer em ganhar, e que, se perder, estará longe de ser um estopim para terra arrasada. Pareço ter estagnado em um ponto de relativa insatisfação com tudo: família, faculdade, trabalho, vida pessoal... Uso de relatividade, pois me lembro de ter dito que tenho atitudes ‘bipolares’. Em muitos momentos estou muito de bem com tudo, saio para trabalhar bem, e volto da faculdade melhor ainda; no dia seguinte podem acontecer as mesmas coisas, e, ainda assim, não seria improvável uma variação humorística. Me pego refletindo que os rumos deste próprio texto podem ser modificados, do nada, e terei que botar nesta conta que abro, de uma ‘sazonalidade emocional’. Deve ser essa época do ano, onde toda a carga de 10 meses começa a cobrar prestação de contas e a maior vontade é ter uma função no corpo escrita “automático”, ativá-la, e que venham os 2 últimos meses. Ou então, se não for possível, jogar tudo para o alto de uma vez por todas, e esperar 2011 chegar para retomar. Se fosse fazer um gráfico de Excel para definir uma linha no ano, estaria em uma clara curva descendente... Contudo, o que mais me preocupa é que na próxima sexta-feira poderei estar escrevendo algo totalmente diferente, com outro estado de espírito, ainda que nunca pudesse colocar entre minhas qualidades o positivismo. Bom, ao menos tentarei tirar forças de onde não posso alcançar (mas possuo) para modificar esta situação, até porque alguma atitude tem que ser tomada. Conversando com uma colega de trabalho, ela me dizia que as pessoas não conseguem fazer nada por si próprias; não poderia ter melhor motivação do que esta, como bom individualista e egocêntrico que sou. Adquiri uma convicção, e esta não irei perder ou repensar: eu posso mudar e com minhas próprias pernas. Já é um começo, e uma causa pela qual batalhar, o resto eu vejo ao longo da semana que virá.
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